'Vermelho, Branco e Sangue Azul' é o novo 'Brokeback Mountain', mas com final feliz
É notável que o filme da Amazon, "Vermelho, Branco e Sangue Azul", seja o "Segredo de Brokeback Mountain" da nova era, mas com final feliz.
Nós, jovens gays do início dos anos 2000, tivemos que nos contentar e chorar com a linda e triste história sem final feliz de Jack (Jake Gyllenhaal) e Ennis (Heath Ledger), enquanto a juventude da terceira década deste milênio tem a dádiva de poder achar normal o romance entre um herdeiro da coroa britânica e o filho da presidente dos Estados Unidos da América.
É, de fato, surreal, acreditar que poderia haver um romance entre descendentes das mais notáveis monarquias e democracias da atualidade.
O filme, que estreou no dia 17 de agosto no Prime Video, baseado no livro de Casey McQuinston (lançado em 2019), toca os nossos corações de forma tão intensa. Digo, nós, os gays quarentões, que não há como não lembrar do desfecho icônico dos caipiras americanos.
Na cena em que o príncipe Henry (Nicholas Galitzine) é acordado depois da cena de despedida de Alex (Taylor Zakhar Perez), faz crer que o desfecho será trágico da mesma forma que em Brokeback Mountain, mas que bom que não! E o final é um clichê saboroso de degustar.
Parabéns à Prime Video por nos banhar com um amor natural, mesmo fictício, da maneira como toda forma de amor deve ser encarada. Assim como a covid-19 não escolhia e ainda não escolhe levar para o outro lado ricos ou pobres, latinos ou britânicos, realezas ou filhos de importantes políticos, o amor deve ser respeitado em todas as suas formas.
Todos deveriam, aliás, devem ter o direito de amar sem limites. Viva o amor de Alex e do príncipe Henry não só em vermelho, branco ou azul realeza, mas em todas as cores do arco-íris!