Novela “O Grito”, do barretense Jorge Andrade, vai virar minissérie na Globo
Imagem: Mundo das Novelas
Segundo diversos sites especializados em TV, a novela “O Grito”, escrita pelo barretense Jorge Andrade em 1975, para o horário das 22h, será produzida novamente pela TV Globo, mas no formato de minissérie em 10 capítulos. Ainda não há data para o início das gravações, muito menos para sua exibição.
A adaptação ficará a cargo de Ricardo Linhares que antes de escrever o remake prepara a adaptação da “Cacau”, de Jorge Amado. Linhares tem sido, nos últimos anos, supervisor de novelas como “A Lei do Amor”, “Rock Story” e a chatérrima “Deus Salve o Rei”.
Ricardo Linhares - Foto: Bárbara Lopes
O Grito
A novela foi ao ar entre 27 de outubro de 1975 a 30 de abril de 1976, com 125 capítulos. Substituiu a novela “Gabriela” e foi substituída por “Saramandaia”, dois grandes sucessos da Globo às 22h e que já tiveram seus remakes produzidos também pela emissora carioca como novela das 11.
A trama tinha como cenário o edifício Paraíso, onde viviam os personagens, que sofre desvalorização com a construção do “minhocão” na capital paulista.
Em meio à variada gama de personagens, a novela tinha como protagonista a ex-freira Marta (Glória Menezes), que vai morar no prédio com seu filho Paulinho (Marcos Andreas). O menino que tinha doença mental gritava horrivelmente à noite suscitando um movimento para expulsá-los. Os moradores se dividem entre expulsar ou não mãe e filho do prédio e o debate acaba por aproximar todos.
A novela, claro, gerou polêmica em todo o país.
Cuidado! Tem spoiler! E eu me odeio por ter ido buscar informações! Mas, no capítulo final, Paulinho morre!
Segundo o site Memória Globo, todos os moradores se unem para providenciar o velório e a cremação do menino. Durante a cerimônia, cada um deles relembra a própria infância e se arrepende dos seus atos. Marta decide espalhar as cinzas do filho por todos os bairros em que viveu e foi expulsa durante os anos. Na cena final, ela sobrevoa São Paulo de helicóptero, atirando punhados de cinzas sobre a cidade. Gritos idênticos aos de Paulinho são ouvidos enquanto a câmera passeia por sobre os prédios. Na tela, surgem as palavras: “E a semente vai germinar, brotar, crescer, florescer e dar frutos”.
O barretense Jorge Andrade
O autor dessa e de outras novelas é um famoso dramaturgo brasileiro. Confesso que estou ansioso por assistir a minissérie. Jorge viveu de 1922 a 1984. Nasci em 1981, então não acompanhei suas novelas.
Assisti a três peças de teatro dele: “A Moratória”, que eu gostei muito; “Vereda da Salvação”, que não gostei tanto assim, confesso; e “Os ossos do barão”, (espetacular!), seu maior sucesso que também já foi adaptada para telenovela pela TV Globo, em 1973, e pelo SBT, em 1997.
Jorge Andrade (que dá nome ao teatro da UNIFEB) - Imagem: Astros em Revistas
Veja a abertura da novela original: