Se eu me tornar menos faminto...

25 de Outubro de 2017 by Milton Figueiredo
Intolerância à lactose Novelas
Se eu me tornar menos faminto...

Quando comecei a ler o artigo do padre Ivanaldo para editar algo, caso fosse necessário, antes de mandar para o jornal, como faço toda semana, fiquei em choque quando percebi que o texto falava muito diretamente a mim.

Segundo o sacerdote, “cada um de nós possui e abraça uma missão; perseguir um ideal exige fidelidade e comprometimento”. Foi aí que comecei a sentir um “vraaaaaa” forte na minha cara, como que me acordando, me chacoalhando, sei lá, me jogando de volta à terra, me acordando. Eu percebi que não ando mais perseguindo nenhum ideal... não sinto mais que tenho uma missão, mesmo que seja uma missão pessoal, um querer. Eike triste! Será que estou entrando em depressão? Ou é mais um estado de melancolia aguda? Cadê aquela força do querer que eu sempre tive?

Ultimamente tenho mesmo sentido preguiça de viver. Preguiça de conviver com as pessoas então, viiixeeeee! São tantas decepções ao longo dos últimos anos, e mais ainda no que se refere ao universo dos concursos de beleza. Tem já uns sete anos que entrei de cabeça nisso quando resolvi tirar do papel o “ideal” de eleger o Mister Rodeio Brasil. Depois veio a Musa do Rodeio Nacional. Quantas pessoas mau caráter eu conheci e convivi nesses anos! Quantos picaretas! Quantos calotes eu levei! Quantos candidatos e candidatas, ingratas! Quantos vencedores no mesmo caminho da ingratidão!

Nesses sete anos nem tudo foram trevas! Claro que não! Conheci tanta gente bacana, honesta, simpática, que vou levar a amizade para o resto da vida. Têm pessoas que parece que foi reencontro de outras vidas, tamanha é o carinho, a reciprocidade, gratidão e amizade.

Voltando ao artigo do presbítero, ele continua e diz que: “Diante dos desafios e dificuldades, corremos o risco de perdermo-nos”. É... Eu me perdi. Não só em razão do que já relatei sobre os concursos de beleza, mas também porque me meti em outros tantos projetos, alguns criados por mim, outros criados por amigos, colegas e conhecidos que me convidaram a entrar no barco, e no meio do caminho eles furaram. Eu sofro demais quando as pessoas, num mesmo projeto, não têm a mesma sintonia, a mesma vontade, o mesmo empenho que eu para que dê certo. Não estou dizendo que sou ou me acho melhor, mas essa é a verdade. Eu vivo intensamente cada coisa que eu acredito que seja boa, frutífera, bacana. Nossa! E foram uns tantos bons heim!

Fiz as contas e foram, em 10 anos, mais de 10 projetos. Quantos deram algum fruto? Melhor eu nem contar isso que vou me sentir mais frustrado. E a frustração é algo que tem a ver com o sucesso. Não me refiro a sucesso de ser famoso o projeto, ou eu mesmo, mas sucesso no sentido de que rendeu, gerou coisas boas, teve benefício, valeu o “porquê” de ter sido criado, ou até mesmo dinheiro.

Voltando de novo ao texto do padre, ele se refere ao sucesso. Diz ele que “sucesso consiste na felicidade e realização interna por ser e fazer aquilo que se é, em contínua superação”. Hoje eu só consigo pensar que eu me superei nos meus tantos fracassos nesses anos. E voltando a pegar o concurso Mister Rodeio Brasil e Musa do Rodeio nacional como exemplo, para os outros, parece que ele foi, gradativamente, um sucesso ano a ano em que foi realizado. Amigos que moram fora de Barretos mesmo me falam, via redes sociais “foi um sucesso o concurso esse ano”, ou algo parecido. Mas, não foi, porque ele ainda não atingiu o ideal a que eu projetei quando o inventei. E qual seria esse ideal, você que está perdendo o seu tempo lendo, poderia perguntar. Os motivos, desculpe, não vem ao caso. Eu os conheço e por isso é que me vem a frustração junta de outras frustrações de outros projetos fracassados. Falando em fracassado, não sei se eu tenho o direito de dizer que me sinto assim, porque nem tudo foi ruim, deu errado ou foi desgastante.

O título do artigo é “Fazer sentido”. Preciso, e você que lê, talvez ou também, precise encontrar, como eu, um novo sentido. Buscar lá dentro do íntimo qual é a razão que ainda nos mantém com vontade de viver. Hoje, eu consigo entender porque muitas pessoas resolvem tirar suas próprias vidas. Elas perdem o sentido. Elas sentem, bom, eu acho, e acho mesmo porque eu não tenho certeza de mais nada nessa vida, que elas chegam num ponto em que percebem que não têm um ideal, um objetivo, uma meta mais.

Também não quero dizer que eu estou tendo essa vontade de morrer, que vou me suicidar, até porque as minhas crenças me impedem, mas preciso urgentemente de “fazer sentido” de novo nessa vida. Buscar um novo ideal. Eu já quis ser padre, autor de novelas, me tornei jornalista, missólogo (mais misterólogo que missólogo), mas confesso que nada mais me tem alegrado, feito sentido. E para mim, o dinheiro não é o meu ideal. Nada vale mais que a satisfação, o contentamento, o sentir que valeu a pena ou que está valendo à pena.

Considero, também, e isso é muito importante, que meus dias andam chatos porque nos últimos três anos, por aí, eu estou limitado na alimentação. Tive de deixar de comer tudo o que é feito com leite, ou diminuído bem, e isso depois de tomar enzimas, para não sentir dores abdominais, não ter diarréias horríveis, sem contar com as intermináveis dores de cabeça, zonzuras, náuseas... credo! Como sinto falta do leite! Como é difícil ser um Jornalista Intolerante à Lactose! Leite é minha bebida predileta! Quantas saudades do chocolate, das trufas, dos pudins, dos sonhos... A intolerância à lactose e depois, essa maldita síndrome do intestino irritado eu não desejo nem àqueles que eu poderia considerar meus inimigos. Fora o leite, é duro não poder comer mais macarrão, peixe, feijão... Meus dias andam tristes demais, nem ficar gordo com prazer eu posso mais! (Eu to gordo!).

Talvez, como diz a canção, “se eu me tornar menos faminto” para me sentir plenamente realizado com as coisas que eu faço, crio, imagino, espero, quero, eu consiga descobrir um novo sentido a tudo isso aqui embaixo. Mas, de uma coisa eu tenho certeza, de que eu não quero mais ser “pescador de ilusões”. Foram muitas nesses 10 anos! Chega! Que esse novo blog seja um novo ânimo, ao menos para poder expressar, colocar pra fora, todos os meus sentimentos. E que essa partilha possa ajudar você, de uma forma ou de outra, a também se encontrar ou se reencontrar nessa terra de meu Deus cada vez mais maluca e intolerante!

 

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